GOVERNANÇA DA INFORMAÇÃO PARA O MERCADO JURIDICO – SAVE THE DATE

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É com prazer que anunciamos que a GRACIOTTI ASSESSORIA é uma das organizadoras do evento “GOVERNANÇA DA INFORMAÇÃO PARA O MERCADO JURÍDICO” que se realizará no próximo dia 11 de maio no Hotel Intercontinental em São Paulo.

save the date 2O evento discutirá o atual cenário do Mercado Jurídico e seus desafios na utilização da Governança das Informações com objetivos operacionais para o aumento da eficiência, produtividade e competitividade e também nos aspectos estratégicos com a extração das informações relevantes para a tomada de decisão.

Participarão do evento os gestores dos principais escritórios de advocacia brasileiros e Diretores Jurídicos de grandes empresas nacionais e internacionais. Também traremos a experiência de dois palestrantes internacionais, nos agraciando com a visão de grandes escritórios e grandes corporações (contratantes de serviços jurídicos).

Será o primeiro evento sobres esse assunto e dessa envergadura no Brasil e vocês não podem deixar de comparecer.

O evento será lançado oficialmente na próxima semana (enviarei os convites a todos) e para maiores informações, peço contatar  Roberta Froeder (KNect 365) pelo telefone (11) 3017-6872 ou pelo e-mail roberta.froeder@informa.com

DESMISTIFICANDO (OU SIMPLIFICANDO) A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA O MEIO JURÍDICO

AI x humanComo eu sempre tenho comentado, tudo passa por um período de “moda” quando se utiliza exageradamente alguma coisa e esta, depois de um certo ponto, passa a incorporar nossas vidas e não nos surpreende mais ou gera vontade de consumo. No mundo corporativo e no linguajar dos negócios também é assim! Lembram dos termos “Balanced Scorecard”; “ROI”, “SWOT” e mais recentemente “Dashboards”?

Pois é, isto está acontecendo nesse momento com o termo “AI” ou Artificial Intelligence” e está bombando (como se diz nas redes) na área jurídica!

Parece que o santo graal para solução de todos os problemas do mercado jurídicos é a “AI” e muito se publica e se compartilha sobre o assunto (eu mesmo, inclusive).

Vamos então entendê-la melhor:

Primeiro ponto: O termo inteligência artificial foi moldado nos anos 60 pelo cientista John McCarthy : “AI is the science and engineering of making inteligente machines, especially intelligent computer programs” e desde lá vários cientistas e pesquisadores desenvolveram e ainda desenvolvem esses programas

Segundo ponto: Inteligência artificial, nada mais é do que uma série de algoritmos matemáticos e/ou estatísticos muito complexos específicos permitem que máquinas cheguem a resultados próximos ao do raciocínio humano (novamente para tarefas muito específicas) com muita rapidez.

Nestes algoritmos estão incluídos os de Regressão, “Ensemble Estatístico” Redução de dimensionalidade, Agrupamentos (Clustering), apenas para citar alguns.

Vejam slide ilustrativo abaixo:

Machine Learning

Terceiro ponto: O desenvolvimento do processamento e cognição semântica da linguagem e cognição de imagens (outros algoritmos específicos) permitiu que as maquinas começassem a entender a mensagem embutida dentro de um texto escrito, além do puro significado das palavras.

A combinação de vários desses algoritmos e o processamento cognitivo permitiu que a ciência da computação começasse a invadir a área das ciências humanas, onde as informações e o conhecimento são expressos por palavras e não por números (facilmente computáveis), mesmo que timidamente tendo em vista que a necessidade de processamento ser muito maior do que a numérica.

Quarto ponto: O desenvolvimento exponencial da capacidade de processamento dos processadores (Lei de Moore) e o desenvolvimento das chamadas redes neurais, onde computadores são interligados numa rede tridimensional, possibilitou que tais algoritmos começassem a ser produzidos e comercializados (além do mundo acadêmico).

Quinto ponto: O desenvolvimento de algoritmos específicos para tomada de decisão pelos computadores, gerou o termo “Machine Learning” onde os computadores “aprendam” com suas decisões anteriores de maneira supervisionada por humanos ou não supervisionada (por análise estatística).

Imaginem agora que todos esses desenvolvimentos (que evoluíram nas últimas décadas paralelamente) foram e estão disponibilizados para os criadores de sistemas e programas para o meio jurídico e permitindo o aparecimento até o momento (e virá muito mais) dos seguintes sistemas que estão sob o rótulo de Inteligência artificial:

1 – Pesquisa Legal (Legal Research).

2 – Predição (Prediction)

3 – Criação de documentos (Document Assembly)

4 – Analise de Contratos (Contract Analytics)

5 – Automação de Conhecimento (Knowledge Automation)

6 – e-Discovery (motores de busca sofisticados –  mais utilizado nos EUA)

A verdade é que mesmo sendo uma evolução natural da tecnologia, é a primeira vez que ela atinge o mercado jurídico com tanta intensidade e vai nos forçar a nos adaptarmos rapidamente a ela, mas por outro lado gera uma insegurança (passageira) em relação ao novo

Quem é mais velho (como eu) há de se lembrar da reação de alguns advogados quando do aparecimento dos processadores de texto (Wordstar e Word), quando chegou-se a argumentavam que com a possibilidade de se reutilizar documentos gravados e o usar o “copy & paste”, estes deixariam de pensar mais !  Imagina-se atualmente um advogado sem um processador de texto em seu computador ?  Alguém ficou mais burro ?

Como já disse anteriormente, não tenho a visão “dark” onde, no futuro, os advogados seriam substituídos por maquinas e sim uma visão mais pragmática, onde esses profissionais serão forçados a se adaptar às mudanças e alterar (para melhor) suas formas de trabalhar com maior  utilização dos seus cérebros para as decisões complexas e deixar a máquina fazer procedimentos mais repetitivos e, por incrível que pareça,  “menos inteligentes”.

José Paulo Graciotti, é consultor e sócio da GRACIOTTI Assessoria Empresarial, engenheiro formado pela Escola Politécnica com especialização Financeira e especialização em Gestão do Conhecimento pela FGV. Membro da ILTA– International Legal Technology Association e da ALA – Association of Legal Administrators. Há mais de 27 anos implanta e gerencia escritórios de advocacia – www.graciotti.com.br

“Wrapup” do ano e tendências para 2017

brain 2Este ano* foi (e ainda está sendo) muito movimentado no âmbito dos acontecimentos jurídicos e não me lembro de ter presenciado algo parecido no passado recente, mas também foi palco de uma explosão de mudanças tecnológicas que começaram a abalar a estrutura de governança do tradicional mercado jurídico brasileiro.
Estou me referindo ao crescimento vertiginoso das tecnologias da chamada “Inteligência Artificial” que, de uma hora para outra, ”floresceu” como cogumelos aparecem numa manhã úmida no chão de uma floresta escura.
Participo há 20 anos de uma associação voltada ao estudo e desenvolvimento de tecnologia para escritórios de advocacia nos EUA e para se ter uma ideia, entre 2015 e 2016 apareceram simplesmente 35 empresas apresentando produtos e serviços voltados a esse mercado com utilização de tecnologias cognitivas.
Para contextualizar melhor, o termo “Inteligência Artificial” na verdade, abrange uma série de tecnologias e algoritmos matemáticos e estatísticos que permitem que a máquina “aprenda” cognitivamente, além do binário sim ou não, e consiga tomar decisões baseadas em experiências anteriores.
No slide retirado de uma apresentação da “NeotaLogic” que ilustra muito bem esse tema.
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Além disso, existem dezenas de algoritmos matemáticos e estatísticos que podem ser utilizados para várias áreas do Direito, tais como: regressão, árvores de decisão, redes neurais, “ensemble”, “deeplearning” etc.
Todas essas tecnologias estão permitindo a:
1 – Identificação cognitiva de documentos e a extração dos temas abordados internamente não apenas pelas palavras contidas, mas pelo seu significado semântico.
2 – Classificação e distribuição automática desses documentos para os profissionais que detêm o conhecimento coerente ao seu conteúdo.
3 – Pesquisa inteligente (novamente não só por palavras) das informações necessárias à elaboração de um novo documento tais como: jurisprudências, doutrinas, caso anteriores etc.
4 – A própria elaboração automática de documentos baseada em respostas a perguntas temáticas. Exemplo: criação de contratos sobre temas específicos.
5 – Predição, ou seja, a análise estatística de julgamentos prévios e previsão de “ganho ou perda” de determinada tese em determinado Tribunal.
Tudo isso está impondo ao mercado jurídico inteiro (escritórios, departamentos jurídicos, até juízes e tribunais) uma mudança na forma de se olhar, entender, se comportar e principalmente de como e gerenciar a profissão advocatícia.
Num período, que eu considero irá durar muito tempo, em que há uma escassez de recursos financeiros no mercado, com a concorrência mais acirrada e todas as empresas buscando eficiência e produtividade, a adoção dessas tecnologias irá permitir o início da introdução desses conceitos no acomodado mercado jurídico.
Não estou defendendo uma visão “dark” do futuro da profissão, onde os robôs dominarão o mundo jurídico, mas sim alertando para que os profissionais da área estejam atentos a essa tendência e sejam resilientes o suficiente para se adaptar.
Sempre defendi a teoria que advogados devem ter ótima capacidade de análise (para entender o desafio e todas as suas envoltórias) e também de síntese (onde expressa a solução do desafio) e, na atual conjuntura, tais profissionais deverão utilizar a mais a sua experiência, seu conhecimento e principalmente sua capacidade intelectual e deixar para as máquinas os trabalhos de pesquisa e análise.
O profissional do Direito do futuro, que já se tornando presente, utilizará mais o cérebro e menos as mãos!
*Artigo escrito em 2016
José Paulo Graciotti – engenheiro e consultor, membro da ILTA– International Legal Technology Association e da ALA – Association of Legal Administrators.

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