Liderança em Escritórios de Advocacia

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Liderança é uma característica inata (existem vários livros que inclusive classificam seus estilos) que nem todas as pessoas a possuem de forma natural nas suas personalidades, mas que, na sua falta, pode ser aprendida e treinada. Nesse quesito, existem dezenas de livros e teorias sobre estilos e formas de liderança que, nesta discussão, não vou me ater. Eu particularmente considero Ichak Adizes um dos autores que melhor define (pragmaticamente) esse assunto.

Uma das principais funções de um líder é estabelecer e comunicar claramente a todos os níveis, os valores e objetivos da organização de forma clara para que cada indivíduo esteja completamente engajado no momento da execução do seu trabalho, na tomada de decisões ou em qualquer outra atitude profissional que envolva a instituição e a si mesmo.

Nesta discussão quero abordar o fato que considero o principal em toda a liderança que é a sua perenidade. Líderes são pessoas que devem durar!

Para que essa perenidade aconteça, o líder precisa ter algumas características (independentemente dos estilos, já citado acima):

– Precisa ser admirado (vejam bem, eu disse admirado e não querido). O liderado precisa encontrar alguma(s) característica(s) no líder para se espelhar, seguir ou até querer ser no futuro.

– Precisa ser coerente. Seja qual for o estilo, a equipe precisa sentir no seu líder confiança profissional em suas atitudes (vejam bem, eu disse coerente e não previsível).

– Precisa ser o exemplo. Aquela máxima que diz “faça o que eu mando mas não faça o que eu faço” é a pior atitude que pode existir (mais acentuadamente quando a equipe é formada por pessoas da Geração Y).

– Precisa ser ético. (desnecessário comentários).

Nas organizações pouco estruturadas verticalmente, como é o caso de Escritórios de Advocacia, o exercício do “mando” se dá muito mais pelo conhecimento técnico e vivência dos mais experientes e pelo respeito profissional (técnico) dos mais jovens pelos primeiros e isso pode gerar conflitos entre “mando “ e liderança, que são coisas muito diferentes.

Outro ponto a ser considerado tem a ver com a característica intrínseca à profissão de advocacia na qual todos os seus profissionais são treinados para o “embate”, com forte enfoque na habilidade de argumentação (verbal ou escrita) e na capacidade de procurar e achar detalhes sobre os quais possam basear seus argumentos ou enfraquecer os argumentos de seus adversários. Isso torna o exercício da liderança muito mais difícil e exite do lider muito mais intensamente as características citadas acima para que seus liderados o respeitem.

Todas as atitudes tomadas pelos líderes têm consequências no curto, médio e longo prazo, na empresa e na equipe e a forma como esse ciclo é concluído é que definirá perenidade da liderança !

A ajuda externa e experiente, isenta das interações e relacionamentos internos pode ajudar e muito na orientação e treinamento dos líderes e na gestão mais eficaz e profissional das equipes.

José Paulo Graciotti, é consultor e sócio da GRACIOTTI Assessoria Empresarial, engenheiro formado pela Escola Politécnica com especialização Financeira pela FGV e especialização em Gestão do Conhecimento pela FGV. Membro da ILTA– International Legal Technology Association e da ALA – Association of Legal Adminstrators. Há mais de 28 anos implanta e gerencia escritórios de advocacia – www.graciotti.com.br

5 Dicas para novos Escritórios de Advocacia

Baby Superman e balançaAntes de começar a discutir sobre as sugestões que me arrisco a fazer aos novos escritórios (por conta dos meus quase 30 anos de experiência na gestão dessas instituições), será necessária a introdução de algumas premissas ou pré-requisitos para que as tais sugestões façam sentido (que os advogados adoram chamar de “consideranda”)!

Todos sabemos que para que um negócio prospere e tenha sucesso é necessária a combinação de algumas características do seu, ou dos seus idealizador(es), ou seja: espirito empreendedor capacidade técnica e muito trabalho e estou partindo da premissa de que os conselhos ou sugestões que serão elencados abaixo são destinados aos escritórios que satisfazem essas condições (lembremos que as dicas por sí só não garantem o sucesso, mas apenas o aceleram).

PENSE COMO EMPRESA – Esse, no meu ponto de vista, é a dica mais importante (apesar de parecer óbvia e até infantil)! Cultue, invista e trabalhe para a instituição em todos os sentidos e lembre que “ a soma de todos é maior que a soma de cada um individualmente”. O resultado gerado por ela trata como consequências, realização, remuneração e prestígio aos seus sócios. Deixe de lado o egocentrismo, o culto à personalidade e outros vícios que pessoas de personalidades fortes costumam ter.

PENSE GRANDE E AJA DE MANEIRA HOMEOPÁTICAIsto quer dizer: tenha um objetivo de médio e longo prazo e tome todas as atitudes e decisões do dia-a-dia sempre pautadas nesses objetivos. Tenha foco!

INVISTA EM TECNOLOGIA E TALENTOS Cada vez mais é exigido de todas as empresas (e escritórios pertences a esta categoria!): eficiência, rapidez nas respostas e decisões, qualidade nos trabalhos e principalmente produtividade! Por isso, tenha políticas claras de atração e manutenção de talentos (sejam advogados ou administrativos) e cuide muito bem deles. Lembre-se que o Patrimônio Líquido de um escritório de advocacia “desce pelo elevador todos os dias e vai para casa”. Se esse patrimônio não voltar no dia seguinte, seu escritório não vale nada !

PENSE MODERNO E AJA DA MESMA FORMA O nicho formado pelos escritórios de advocacia tem uma tendência brutal em ser extremamente conservador por conta da própria formação acadêmica e do exercício da profissão (leis, doutrinas e jurisprudências estão sempre no passado).Esse hábito dificulta o pensamento criativo e intuitivo, que deve pensar no futuro, desvinculado de fatos e estatísticas passadas. Faça um marketing moderno de sua empresa e não de suas personalidades, usando todas as ferramentas existentes na internet e nas redes sociais e profissionais.

CUIDE MUITISSIMO BEM DE SEU CLIENTE O mago do marketing Philip Kotler diz que o maior “asset” que toda empresa tem são seus clientes; o resto gira em torno disso! Cuide deles como se fossem consumidores e não somente como clientes (isso obriga o escritório a ser muito menos tolerante a pequenas falhas e evita a acomodação natural que vai aparecendo à medida que o tempo passa). Surpreenda o cliente com atividades não cobráveis e que tragam algum valor a ele (newsletters não é o caso)!

A ajuda de uma consultoria externa, experiente e isenta das interações políticas internas pode acelerar e muito esse processo.

Knowledge Mangement & Business Intelligence

KM e BI

Essas duas áreas aparentemente estanques estão intimamente relacionadas entre si para as empresas prestadoras de serviços e especialmente para os escritórios de advocacia.
Tradicionalmente considera-se “BI” como uma ferramenta para entender profundamente o negócio, extraindo de seus números as estatísticas que poderão dar uma análise fria de como andam “as coisas”; mostrar tendências e embasar decisões estratégicas que impactarão o futuro da empresa. Perfeito !
Já a Gestão do conhecimento é um conceito (vejam bem, eu não disse ferramenta!) relativamente novo, envolvendo informações mais tácitas e menos numéricas ou explicitas que a BI. Na minha humilde opinião porém, considero que representa a diferença fundamental para a obtenção do diferencial estratégico no presente e para o futuro, principalmente para as empresas prestadoras de serviços intelectuais e , de novo, especialmente para os escritórios de advocacia.
Como já citado em outros artigos (meus) anteriores, a Gestão do Conhecimento ainda engatinha na maioria das empresas, sendo confundida com minutários (repositórios de modelos documentais) ou menosprezada a simples atividades de compilação de documentos, normas, modelos, etc. e ainda como uma atividade de exclusiva reponsabilidade das bibliotecas ou CEDOC´s. Ledo engano!
Gestão do conhecimento é “Entregar a informação correta para o profissional certo no menor tempo possível”, conforme o autor Patrick DiDomenico e é nesta definição muito mais abrangente que a maioria das outras dezenas de definições que “BI” se torna uma aliada importantíssima.

Normalmente associamos a Gestão do Conhecimento às seguintes perguntas as quais ele deve responder:

qual é o melhor documento que devo utilizar para esse assunto ou solução do desafio?
onde está esse documento?
quem o elaborou?
quem tem o conhecimento necessário para tratar do assunto ou problema? Esta,  sendo a pergunta mais difícil de responder!Read More

Escritórios de Advocacia precisam se REINVENTAR !

Labirinto

Antes de começar a discutir a crise, recessão ou o mercado, cabe uma reflexão sobre o histórico recente dos escritórios de advocacia corporativos e seu modelo de organização e gestão.

Faz quase 30 anos que faço e me dedico ao estudo da gestão de escritórios de advocacia e posso afirmar, com certeza, que o modus operandi dos chamados escritórios corporativos “fullservice” é o mesmo desde então. Esses escritórios foram criados no Brasil à imagem e semelhança do modelo americano dos lá chamados de “big law”, que tem um forma de comportamento praticamente padrão, ou seja, mantinham e atualizavam anualmente suas tabelas de taxas horárias por tipo de advogado (basicamente tempo de formado); faziam suas propostas baseadas em estimativas de horas e repassavam aos clientes todas despesas incorridas para execução do trabalhos e pouco se preocupavam com produtividade, eficiência ou eficácia… até 2008, quando a crise chegou por lá!
Minha experiência mostra que nesse mercado temos um “gap” de cerca de 5 a 10 anos em relação ao que acontece nos EUA e que acaba acontecendo aqui no Brasil. Me refiro especificamente às mudanças tecnológicas, de gestão e comportamento de clientes e não às crises econômicas que têm causas, tempos e períodos diferentes (aqui e lá) mas as suas consequências são parecidas.
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